quarta-feira, 14 de novembro de 2012

DIA MUNDIAL DO COMBATE AO DIABÉTICO


Exercícios Físicos e Diabetes Mellitus

De acordo com XAVIER (2009), o sentimento dos diabéticos com relação à sua condição leva a todos os agentes da saúde, a inferir que a doença significa mais do que um conjunto de sintomas, mas que possui muitas representações simbólicas e culturais. A forma pela qual os indivíduos entendem a realidade vai determinar a sua maneira de se conduzir na vida. Assim, de acordo com o que o paciente sabe de sua doença, seu real significado, seus riscos e controle de suas atitudes e estilo de vida se encaminharão para a prática no seu cotidiano.
Diante do alto interesse do núcleo da saúde no tratamento de seus pacientes diabéticos, aumenta-se a busca por novas condutas para que o mesmo conviva com a doença, mas de forma que não a deixe atrapalhar nas atividades diárias. Diante disto, várias pesquisas foram feitas e tiveram como resultado a implantação de programas de exercícios físicos para que surtissem efeitos positivos sobre os portadores desta doença crônica. Desde o século XVIII, o exercício físico vem sendo defendido como instrumento que traz benefícios no tratamento de pacientes com diabetes mellitus (RAMALHO, 2008). As atividades físicas são importantes para os diabéticos (tipos I e II), devendo ser praticadas regularmente. Pois entre outras coisas, evitam o desenvolvimento e as complicações da doença, ajudam a manter o peso ideal, controlam a glicose na corrente sanguínea, evitam o endurecimento dos membros e melhoram suas condições gerais de saúde (FRANCO, 2005). Em pacientes diabéticos tipo I, apesar de um programa de exercícios melhorar a sensibilidade à insulina, não demonstra uma melhora no controle glicêmico, mas é indiscutível que eles possam influenciar nos resultados. No entanto, estes podem ser alterados, se, a fim de prevenir a hipoglicemia, o paciente não aplicar a insulina, não tiver uma orientação nutricional adequada, sobre o que deve ser ingerido antes dos exercícios e exagerar na alimentação. Nos de tipo II, a ocorrência freqüente de resistência à insulina, obesidade, anormalidade no perfil lipídico e doença cardiovascular, tornam o exercício um potente coadjuvante aliado na terapêutica e com baixo risco de hipoglicemia.
Todo paciente, independente do tipo de diabetes apresentada, deve realizar uma avaliação prévia para saber quais exercícios e em que quantidade praticá-los. Esta avaliação consiste na observação e na palpação do paciente, notando suas extremidades, o tônus fisiológico do músculo, força para um determinado movimento (aplicando o teste de força), articulações e pele (viscosidade e possível edema). Na avaliação é muito importante fazer uma anamnese, ressaltando o peso (se encontra dentro de seu peso normal), se possuem histórico familiar de diabetes e se fazem parte de nenhum grupo étnico de alto risco. É relevante submeter o paciente a um exame clínico geral, para a observação de fundo de olho, presença de neuropatias, osteopatias, e cardiopatias.
Ainda se faz importante essas avaliações, pois o paciente, ao realizar determinados exercícios pode vir a sofrer alguma compensação articular ou lesão muscular. Assim, um profissional como o fisioterapeuta, por exemplo, pode detectar alguma alteração deste tipo e traçar um plano de tratamento específico para o mesmo, de acordo com as indicações e as contra-indicações, utilizando alguns recursos manuais, como manobra articular de Maitland, técnica de Jones ou algum tipo de alongamento, a depender do que o paciente apresenta.
Após a inspeção e, de acordo com o diagnóstico e os resultados, será possível criar um plano de exercícios que este paciente possa efetuar e em quais quantidades praticá-los. Também é muito importante traçar um plano alimentar, pois ele terá que se restringir a determinados alimentos antes, durante e depois da prática do exercício. Um indicador importante no controle da diabetes, resultando na alteração da hemoglobina dos glóbulos vermelhos, é a hemoglobina glicosilada, que aliada ao controle do açúcar na corrente sanguínea, melhora seus índices com os exercícios regulares (SÖNKSEN, 2000). Segundo FRANCO (2005), o diabetes não impede a prática de esportes. Basta apenas, quando o paciente é tratado com insulina, tomar algumas precauções. O paciente diabético deve verificar se sua diabetes esta bem controlada, pois em caso de um exercício intenso poderá agravar ainda mais suas glicemias; diminuir as doses de insulina que vão atuar durante o exercício; comer mais: antes ou durante um exercício longo, por exemplo, uma caminhada, e, sobretudo depois, já que um mal-estar hipoglicêmico poderá surgir após uma atividade física; e evitar a injeção de insulina no membro que vai trabalhar, por exemplo, na coxa, no caso de bicicleta, pois a reabsorção de insulina será mais acelerada. O nível circulante de insulina antes e durante o exercício é também essencial para o desempenho e a prevenção da fadiga. O corpo precisa de certa quantidade de insulina circulante durante o exercício: quando reduzida, pode causar uma resposta hormonal excessiva, que eleva o nível de glicose sangüínea e a produção de cetonas. Por outro lado, se o nível de insulina circulante for alto durante a atividade, pode inibir a liberação de alguns hormônios que elevam a glicose levando a hipoglicemia (VÍVOLO, 2008). A melhora nas medidas fisiológicas, tais como a redução de triglicérides e do LDL, o aumento do HDL, a diminuição da freqüência cardíaca em repouso e em atividade, a redução da pressão arterial, entre outras que decorrem de um estilo de vida fisicamente ativo, são ainda mais importantes nos portadores de diabetes, uma vez que o risco de mortalidade por doenças coronarianas é quatro a cinco vezes maiores nesses indivíduos em comparação com aqueles que não apresentam diabetes (FRANCO, 2005). A redução dos índices de glicemia é um dos efeitos mais significativos da atividade física no diabetes. A glicose é fonte predominante de energia nos 30 primeiros minutos de exercício (VÍVOLO, 2008). Assim, a atividade física tem função parecida com a insulina, no que diz respeito ao aumento da utilização de glicose pela célula. Uma queda para valores inferiores a 60-70 mg/dl caracteriza hipoglicemia induzida pelo exercício, o que é mais comum em pessoas com diabetes que utilizam insulina do que os que não usam. Mas mesmo indivíduos que não têm diabetes estão sujeitos a hipoglicemias durante o exercício, o que causa tontura, visão turva e até desmaio. De acordo com FECHIO e MALERBI (2004), apesar das vantagens da atividade física, uma grande parte da população é inativa ou se exercita em níveis insuficientes para alcançar resultados satisfatórios para a saúde. Estima-se que 50% dos indivíduos que começam um programa de exercício interrompem-no nos primeiros seis meses. A literatura tem apontado que a maioria das desistências ocorre durante os três meses iniciais com resultados semelhantes em todas as faixas etárias, independentemente do sexo. Tal como ocorre em pessoas não diabéticas, a prática regular de exercício pode produzir importantes benefícios a curto, médio e longo prazo (MERCURI e ARRECHEA, 2001). Nestes benefícios pode-se incluir o aumento do consumo da glicose, diminuição na concentração basal e pós-prandial da insulina, aumento na resposta dos tecidos à insulina, melhora nos níveis da hemoglobina glicosilada, melhora o perfil lipídico, pois diminui os triglicerídeos e contribui para diminuir a pressão arterial. Aumenta o gasto energético, pois favorece na redução do peso corporal, diminuição na massa total de gordura, preservação e aumento da massa muscular, melhora no funcionamento do sistema cardiovascular, aumenta a força e elasticidade muscular, promove uma sensação de bem-estar e melhora na qualidade de vida. No mais, independentemente das alterações fisiológicas que acompanham o exercício, também ocorrem alterações comportamentais que favorecem o cuidado e o autocontrole por parte do paciente. E, conseqüentemente, contribuem para melhorar sua auto-estima, convívio social, para que a doença não venha a impedir que ele realize todas as atividades normais que uma pessoa sem a doença desempenha.
É claro que os programas para portadores da DM não podem ser iguais aos de uma pessoa que não a possui. A orientação deve ser individualizada com relação a duração, intensidade, modalidade e freqüência. É especialmente importante a realização do aquecimento, do resfriamento e do alongamento. Como produzem mais produtos finais de glicosilação do que os não diabéticos (ou seja, as moléculas de glicose aderem a várias estruturas do corpo, incluindo a cartilagem e o colágeno),os pacientes diabéticos apresentam uma maior tendência ao endurecimento e perda da sua flexibilidade normal. Também, correm mais risco de desenvolver doença cardíaca e sofrer infartos silenciosos, dessa forma, o aquecimento e o resfriamento adequados ajudam a impedir a arritmia ou os eventos cardíacos sofridos durante e depois do exercício.
São mais propensos à desidratação quando o açúcar sanguíneo sofre alta anormal. Com o volume sanguíneo reduzido (resultante de uma combinação entre a sudorese e a desidratação preexistente), pode haver um desmaio caso o indivíduo pare o exercício abruptamente sem fazer o resfriamento, permitindo que o corpo desconcentre o fluxo sanguíneo dos músculos e o devolva à circulação central (TEIXEIRA, 2008).

 

 




 
*No caso de obesidade, a prática diária é recomendada*No caso de obesidade, a prática diária é recomendada
** O tempo sugerido deve ser acrescentado de 5-10 minutos de exercícios de alongamento e mobilidade articular antes e após a atividade principal.

 

A implantação de um programa de atividade física em pacientes que apresentam também outras doenças torna-se mais difícil. Porém com persistência é possível que esses pacientes adotem um “novo” estilo de vida para terem resultados mais positivos futuramente. A mudança de comportamento do paciente diabético sedentário é muito proveitosa, já que agora se dispõe a ocupar seu tempo com a realização de atividades físicas. A diabetes é mais difícil de ser tratada do que outras condições crônicas, como à hipertensão, por exemplo, porque sua administração próspera está diretamente relacionada a uma maior extensão na melhora do estilo de vida, que está fora do alcance do profissional. Dessa forma, estes travam verdadeiras “batalhas” com seus pacientes diabéticos em relação à mudança de hábitos alimentares, exercícios e mudanças que envolvem hábitos vitalícios. Além disso, muitos sentem dificuldade em tratar a questão da instabilidade de comportamento, pois a maioria não foi preparada para isso.
De uma maneira lógica, os diabéticos passam a acreditar mais no tratamento, quando verificam, por intermédio do teste da glicemia capilar antes e depois do exercício, que este, diminuiu os níveis glicêmicos, controlando o diabetes e melhorando, assim, a auto-estima dessas pessoas (TEIXEIRA, 2008).

Conclusão

A prática de exercícios físicos é imprescindível no tratamento e controle da Diabetes Mellitus, já que com seus diversos benefícios ajuda não só a melhorar o quadro físico do paciente, mas também, o lado emocional, mental e o seu convívio na sociedade como uma pessoa não diabética. Também é importante levar em consideração a personalidade do paciente, pois ele pode estar seguindo todas as recomendações corretamente, mas ser uma pessoa, agitada, nervosa ou depressiva, o que pode acarretar o aumento dos níveis glicêmicos, alterando o controle da doença (TEIXEIRA, 2008).

Atividade Física

A atividade física é de fundamental importância e deve estar integrada na vida do paciente diabético devido aos benefícios do exercício à ação da insulina.

Ela contribui para a redução da glicemia e da necessidade de insulina no diabético tipo 1, e medicamentos no tipo 2, pois melhora a captação de glicose pelas células. Além desses benefícios, a atividade física ainda contribui com a melhora da circulação sanguinia, o que no paciente diabético é por vezes prejudicado, isso sem falar nos efeitos benéficos do controle da pressão arterial e das dislipidemias, redução do risco de doença cardiovascular asterosclerótica, redução e controle do estresse, melhora da auto-estima e da qualidade de vida .Todos esses benefícios se dão através da pratica de exercícios físicos, principalmente aeróbicos. Já pacientes com diabetes tipo 2, além dos benefícios citados acima, com a prática regular de atividade física, conseguem um maior controle das glicêmias, devido ao maior transporte da glicose para dentro do músculo, que aprimora e prolonga o controle glicêmico.
As atividades físicas são importantes para os diabéticos, devendo ser praticadas regularmente, pois evitam o desenvolvimento e as complicações da doença, ajudam a manter o peso ideal, controlam a glicose na corrente sanguínea, evitam o endurecimento dos membros e melhoram suas condições gerais de saúde. Conclusão: A prática de exercícios físicos é imprescindível no tratamento e controle da Diabetes Mellitus, já que com seus diversos benefícios ajuda não só a melhorar o quadro físico do paciente, mas também, o lado emocional, mental e o seu convívio na sociedade.







Educação Orientada e Educação em Saúde - Programa Academia Carioca da Saúde = Qualidade de Vida


Bye

Ágata Reis
 

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